SUPORTES

Os suportes, situados na parte posterior dos pianos verticais e na parte inferior dos pianos de cauda, são responsáveis, juntamente com a harpa, por suportar as 20 toneladas de tensão gerada pelas cordas. Além disso, asseguram uma afinação estável e evitam que as tensões cheguem ao tampo harmónico.

MELHORIAS ATUAIS

Pianos verticais

Antes de iniciar a exportação de pianos para fora do Japão, devido às condições de humidade próprias do país, a Yamaha utilizava uma estrutura com 4 suportes de madeira que, no país nipónico, eram sufi cientes. Com as exportações, foi-se tornando evidente que esses suportes eram insuficientes noutros lugares com um clima mais seco, como o que podemos encontrar no sul da Europa.

Por isso, nos pianos de 118 cm, a Yamaha passou a utilizar estruturas com, pelo menos, 5 suportes, melhorando assim alguns aspetos-chave como:

  • a rigidez da estrutura, que aumenta a longevidade do instrumento face aos pianos antigos.
  • a libertação de tensões do tampo harmónico, melhorando a sua sonoridade e evitando o seu envelhecimento prematuro.
  • uma maior estabilidade de afinação.

O novo reforço conta com um benefício adicional: sistema de juntas reforçadas, que garante uniões muito mais robustas e o prolongamento da vida útil do instrumento.

Por último, há que destacar os novos elementos que ligam os suportes à harpa, através do tampo harmónico, e que servem para ajustar a posição ideal das pontes, para um comportamento acústico perfeito.

Pianos de cauda

Tal como nos pianos verticais, os pianos de cauda têm melhorado a sua rigidez estrutural, graças às evoluções do design da sua estrutura e ao aumento da sua secção.

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Suportes de um piano U1 usado
Suportes de um piano U1 usado
Suporte adicional nos pianos modernos
Suporte adicional nos pianos modernos

HARPA

A harpa, juntamente com os suportes traseiros, suporta uma tensão de quase 20 toneladas, gerada pelas cordas.

MELHORIAS ATUAIS

As harpas antigas utilizavam menos metal e não ofereciam a resistência que hoje se consegue. Além disso, o design das harpas foi alvo de uma grande evolução.

Pianos Verticais

Os B3 atuais apresentam uma harpa perimétrica, que cria uma estrutura ao longo do perímetro, proporcionando ao conjunto uma enorme estabilidade e longevidade.

Pianos de cauda no caso dos pianos de cauda, a harpa evoluiu de diversas maneiras:

  1. O design atual oferece uma maior resistência estrutural e permite uma otimização do comprimento das cordas.
  2. As ligações que a contornam têm um perfi l em forma de campânula, a fim de evitar vibrações indesejadas.
  3. Antigamente a fixação da harpa aos suportes consistia apenas nuns simples parafusos. Hoje em dia consiste num sistema de duas peças roscadas, em que uma determina a posição e a outra exerce a pressão, permitindo não só um ajuste muito mais preciso, como também correções posteriores, se necessário.
  4. Além disso, a fixação é muito mais forte, criando um conjunto suportes-harpa consistente, que liberta o tampo harmónico de tensões indesejadas.

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Harpa de um piano U1 usado (1980 aprox.)
Harpa de um piano U1 usado (1980 aprox.)
Harpa perimétrica nos pianos modernos
Harpa perimétrica nos pianos modernos

BORDÕES

Os bordões são as cordas revestidas que encontramos nos registos graves e médios do instrumento. São compostas por um núcleo em aço, revestidas por um rolamento de cobre. As cordas funcionam como geradores do som ao ser percutidas pelos martelos, o que faz com que qualquer problema afete o som resultante.

PROBLEMAS NOS PIANOS ANTIGOS

Com o passar do tempo, os bordões oxidam, gerando sons graves de menor qualidade, o que requer a substituição dos bordões. Em condições ideais, este processo dura cerca de 40 anos, mas as variações de humidade e temperatura podem acelerá-lo.

A única solução é a substituição dos bordões, o que representa um custo acrescido significativo e que, se não for feita na totalidade do conjunto, deixa o instrumento muito desequilibrado a nível sonoro.

Estes problemas manifestam-se tanto nos pianos verticais como nos de cauda.

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Detalhe do fabrico dos bordões
Detalhe do fabrico dos bordões
Bordões de um piano B3 novo
Bordões de um piano B3 novo

MARTELOS

Os martelos transmitem o movimento das teclas, sob a forma de percussão, às cordas. Constam tipicamente de um núcleo de madeira e de um revestimento de feltro.

PROBLEMAS ANTIGOS

São elementos que sofrem especialmente com o passar do tempo, porque o feltro endurece com o uso. Este efeito pode ser parcialmente compensado através do polimento e afi nação dos martelos, mas há perda de material, o que coloca um problema, visto que o feltro torna-se mais duro à medida que nos vamos aproximando do centro, além de que o peso dos martelos também muda.

Um feltro mais duro provoca outros problemas:

  1. Temos um som mais percutido e menos cheio. O som torna-se mais estridente.
  2. Perde-se faixa dinâmica. Mesmo ao tocar pianíssimo, o timbre não é o adequado e parece muito mais forte.

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Martelos de um piano usado
Martelos de um piano usado
Martelos de um piano novo
Martelos de um piano novo

O TAMPO HARMÓNICO

O tampo harmónico é o responsável pela amplificação da vibração das cordas, tornando-o audível. Da sua qualidade e características dependerá, em grande medida, o carácter do instrumento, assim como a sua durabilidade, visto ser um elemento não substituível.

O tampo harmónico conta com uma curvatura, designada por coroa, que tem uma dupla função:

  • Pressionar as pontes contra as cordas de modo a conseguir a propagação da energia acústica.
  • Melhorar a sonoridade graças ao facto de retirar a madeira da sua posição de equilíbrio, produzindo um som sustentado de maior duração.

PROBLEMAS NOS PIANOS ANTIGOS

Ao fim de vários anos, o tampo harmónico perde flexibilidade, vendo reduzida a sua curvatura (coroa) e os seus efeitos benéficos. Durante este processo podem mesmo surgir fracturas: não é em vão que o tampo harmónico suporta na sua superfície uma tensão de cerca de 200 kg, de forma contínua desde o seu fabrico, que é gerada pelo apoio das cordas nas pontes.

Pianos Verticais

Nos pianos verticais modernos, além do 5.º suporte e da harpa perimétrica, encontramos um novo design da coroa, assegurado por uma melhor disposição das costelas (ribs) (ângulo de 45º), que melhora a resistência e a distribuição das vibrações pelo tampo harmónico.

Pianos de cauda

Na Série CX atual, os tampos harmónicos foram totalmente redesenhados, aplicando a experiência e as inovações extraídas do design do CFX: o novo sistema de geração da coroa assegura uma melhor projeção sonora e uma esperança de vida útil superior.

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Secção do tampo harmónico com coroa
Secção do tampo harmónico com coroa
Secção do tampo harmónico que perdeu a coroa
Secção do tampo harmónico que perdeu a coroa
Novo tampo harmónico da série CX da Yamaha
Novo tampo harmónico da série CX da Yamaha

MECÂNICA

A mecânica de um piano é constituída por mais de 5.500 componentes de madeira ao natural sem acabamento, devido ao elevado grau de precisão nas tolerâncias e medidas. Isto faz com que os pianos sejam potencialmente vulneráveis às variações do teor de humidade.

Por isso a Yamaha adapta previamente os seus pianos às condições do respectivo destino. Por fim, o processo de adaptação completa-se de forma natural durante os primeiros anos de uso do piano.

PROBLEMAS NOS PIANOS USADOS IMPORTADOS:

No caso dos pianos antigos, tratados e já habituados à humidade japonesa, o facto de os trazer para Portugal faz com que a sua mecânica sofra um processo de desidratação adicional, cujo efeito é um adelgaçamento da madeira. Surgem assim folgas e desajustes entre as peças, que deixam de funcionar com precisão e se tornam muito mais leves. Uma resposta demasiado leve pressupõe uma grande dificuldade na hora de controlar a frequência da digitação, o que constitui um problema especialmente significativo para um pianista principiante.

Além do efeito do clima, há que contar com o efeito do uso. E a verdade é que as múltiplas repetições do seu uso ao longo dos anos provoca folgas, fazendo com que a frequência da digitação seja demasiado leve, pouco precisa e lenta.

Os desgastes nem sequer são iguais em todo o registo, tanto mais que a zona dos registos médios é a mais usada. O resultado é um piano desequilibrado.

O pianista adapta-se inconscientemente a estes desequilíbrios para conseguir uma sonoridade correta, mas esta adaptação inconsciente ao piano de casa, resultará num som irregular noutros pianos.

Por isso, esse piano não será um bom instrumento de estudo: a falta de uniformidade fará com que o pianista tenha mais dificuldade em se adaptar a outros instrumentos, dando uma impressão de insegurança e falta de precisão.

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Mecânica de um piano U1 usado (1980 aprox.)
Mecânica de um piano U1 usado (1980 aprox.)
Mecânica de um piano B3 novo
Mecânica de um piano B3 novo

PONTES E DESIGN DA ESCALA

As pontes desempenham uma dupla função: transmitem as vibrações das cordas ao tampo harmónico e constituem um ponto de apoio para as cordas, condicionando a sua afi nação. São elementos de especial importância no design dos pianos verticais, devido ao espaço limitado de que se dispõe.

O mais importante é que o ponto de transmissão da energia ao tampo harmónico seja o ponto ótimo para cada nota; para que assim seja, são necessárias pontes curvas.

MELHORIAS ATUAIS

Pianos Verticais

No passado, devido à dificuldade que então implicava a implementação de pontes curvas, eram utilizadas pontes de graves retas. É uma solução que se afasta da ideal, mas à qual recorrem, no entanto, vários fabricantes.

Porém, atualmente a Yamaha conta, em todo o seu catálogo, com pontes curvas, adaptadas a cada uma das cordas.

Também, e ao contrário dos pianos antigos, as pontes curtas em toda a gama de pianos verticais Yamaha utilizam um tipo de fixação por encastre: podemos situar o ponto de transmissão ao tampo harmónico mais próximo do centro, enquanto, ao mesmo tempo, temos cordas mais compridas.

Pianos de cauda

De igual modo, o design e a colocação das pontes nos pianos de cauda foi otimizada, permitindo uma melhor transmissão das vibrações e, desse modo, um som mais definido.

Além disso, tanto nos pianos de cauda como nos verticais há uma grande melhoria na fixação das pontes sobre o tampo harmónico: avanços nas técnicas de colagem permitiram reduzir substancialmente o número de parafusos que atravessam o tampo harmónico.

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Ponte reta de um piano U1 usado (1980 aprox.)
Ponte reta de um piano U1 usado (1980 aprox.)
Ponte curva de um piano B3 novo
Ponte curva de um piano B3 novo

CEPO E CRAVELHAS

As cravelhas são uns espigões metálicos que, inseridos no cepo, exercem tensão sobre as cordas, numa das suas extremidades, e que permitem, rodando, ajustar a afinação ideal. A precisão do seu fabrico permitirá atingir o equilíbrio entre uma resistência à rotação suficiente para suportar os 90 quilos de tensão gerados por cada corda e possibilitar a sua afinação.

MELHORIAS ATUAIS:

  • Os novos sistemas de inserção das cravelhas levam a que exista uma grande diferença no resultado final, em comparação com os sistemas utilizados antigamente.
  • Hoje em dia, o uso de colas muito mais eficazes e de madeiras selecionadas com maior rigor permite que o cepo seja mais duro e estável, muito resistente à humidade.
  • As cravelhas são fabricadas com maquinaria desenvolvida pela Yamaha especificamente para esse fim, o que permite atualmente atingir tolerâncias inferiores a 0,02 milímetros de desvio.
  • No passado eram utilizadas cravelhas de aço azul. Atualmente, a Yamaha fabrica as cravelhas em aço com banho de níquel, conseguindo uma resistência muito maior à oxidação.

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Pormenor do cepo de um piano novo
Pormenor do cepo de um piano novo
Cravelhas de um piano B3 novo
Cravelhas de um piano B3 novo

EM RESUMO

• Saiba o que compra. Sobre um usado, em especial se for importado de outro país, é difícil ter todos os dados necessários para o avaliar.
• Os pianos novos têm uma esperança de vida maior: não sofreram desgastes nem mudanças climáticas e possuem melhorias que lhes garantem uma maior durabilidade.
• Os pianos novos possuem melhorias qualitativas no design, nos materiais e nas técnicas construtivas.
• Os pianos antigos estão sobrevalorizados. Os pianos com mais de 30 anos têm preços que superam aquilo que os seus primeiros donos pagaram por eles e aos quais são aplicadas as garantias dos pianos novos.
• Os pianos novos chegam preparados para o clima de destino. As mudanças bruscas de temperatura e humidade afetam especialmente os instrumentos antigos já estabilizados num clima anterior (Japão).
• Comprando um piano novo evitamos riscos e despesas reais com problemas sérios no piano, muito difíceis de prever e alguns mesmo impossíveis de solucionar.
• Os pianos antigos podem dificultar e atrasar a aprendizagem. Os seus defeitos não são regulares ao longo do registo e parecem ser imputáveis ao pianista quando de facto se devem ao piano com que ele estuda:
• A sua mecânica não responde de forma uniforme.
• O seu comportamento sonoro não tem um bom equilíbrio e o pianista habitua-se a sensações acústicas descompensadas.

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